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Valerie Sutton Date: Wed Nov 8, 2000 6:53 pm Subject: Um capítulo da história do SignWriting | |
SignWriting List November 8, 2000 Dear SW List - Here is the beginning of an article written in Portuguese. It is also up on the web in its entirety. I will send you a listing of history articles on the web shortly..... __________ Excerpts from..... Um capítulo da história do SignWriting Ronice Müller de Quadros SignWriting é um sistema de escrita para escrever línguas de sinais. Me lembro quando os lingüistas, professores e os próprios surdos diziam que a língua de sinais era ágrafa. Hoje, esse capítulo da caminhada da comunidade surda já faz parte da história. Assim como a duas décadas começamos a discutir sobre as línguas de sinais, agora começamos a descobrir a riqueza dessas línguas através de uma escrita própria. SignWriting expressa os movimentos, as formas das mãos, as marcas não-manuais e os pontos de articulação. Até então, a única forma de registro das línguas de sinais era o registro em vídeo-tapes, registro que continua sendo uma forma valiosa para a comunidade surda. Acrescenta-se a essa forma, a escrita das línguas de sinais. Um sistema rico e fascinante que mostra a forma das línguas de sinais. Eu gostaria de relatar um capítulo da história do SignWriting no mundo e no Brasil, pois enquanto autores desse capítulo, não podemos omitir esse processo da comunidade surda e da educação dos surdos. SignWriting foi criado pela Valerie Sutton em 1974. Valerie criou um sistema para escrever danças e despertou a curiosidade dos pesquisadores da Língua de Sinais Dinamarquesa que estavam procurando uma forma de escrever os sinais. Portanto, na Dinamarca foi registrada a primeira página de uma longa história: "a criação de um sistema de escrita de línguas de sinais". Conforme os registros feitos pela Valerie Sutton na homepage do SignWriting www.signwriting.org, em 1974 a Universidade de Copenhagen solicitou `a Sutton que registrasse os sinais gravados em video cassete. As primeiras formas foram inspiradas no sistema escrito de danças. A década de 70 caracterizou um período de transição de Dancewriting para SignWriting, isto é, da escrita de danças para a escrita de sinais das línguas de sinais. Em 1977, Dr. Judy Shepard-Kegl organizou o primeiro workshop sobre SignWriting para a Sociedade de Lingüística de New England nos Estados Unidos, no MIT. Nesse mesmo ano, o primeiro grupo de surdos adultos a aprender o sistema foi um grupo do Teatro Nacional de Surdos em Connecticut. A primeira estória escrita em SignWriting foi publicada: Goldilocks and the three bears. Em 1978, as primeiras lições em vídeo foram editadas. Em 1979, Valerie Sutton trabalhou com uma equipe do Instituto Técnico Nacional para Surdos em Rochester prestando assistência na elaboração de uma série de livretos chamados "The Techinical Signs Manuals" que usaram ilustrações em SignWriting. Na década de 1980 outra página da história começa a ser escrita. Valerie Sutton apresentou um trabalho no Simpósio Nacional em Pesquisa e Ensino da Língua de Sinais entitulado "Uma forma de analisar a Língua de Sinais Americana e qualquer outra língua de sinais sem passar pela tradução da língua falada". Depois disso, SignWriting começou a se desenvolver mais e mais. De um sistema escrito à mão livre passou-se a um sistema possível de ser escrito no computador. O primeiro jornal foi escrito à mão nos anos 80, assim como os monges escreviam antes da existência da imprensa. Atualmente, dispomos de uma homepage onde vários artigos são publicados quase que semanalmente. Através do computador, o SignWriting começou a se tornar muito mais popular nos Estados Unidos. Hoje em dia, o sistema de escrita de sinais não tem mais a mesma forma que o sistema criado em 1974. O sistema evoluiu muito ao longo dos anos. O uso do sistema determinou as mudanças envolvendo várias pessoas nesse processo. A evolução do SignWriting apresenta características da evolução da escrita de certa maneira. Atualmente, estamos discutindo a produção escrita padronizada. "Padronizada" no sentido de escrever o mesmo sinal usando os mesmos "grafemas". Essa questão foi o tópico da última discussão na lista do SignWriting. A produção escrita dos sinais difere de pessoa para pessoa. Cada um escreve como acha que deve ser escrito. Eu percebi que isso estava acontecendo no primeiro curso de SignWriting ministrado na PUC do RS em Porto Alegre em 1997. Cada aluno produzia o mesmo sinal de forma diferente. Alguns eram mais simples ou mais detalhados do que outros. Isso faz parte de um processo natural. O inglês quando começou a ser escrito passou por esse mesmo processo. Cada pessoa escrevia o som da forma em que achava mais adequado. A escrita passou a ser padronizada ao longo do tempo com a invenção da imprensa. A imprensa foi o meio em que a escrita foi difundida rapidamente. A escrita tornou-se pública e naturalmente foi sendo padronizada. Valerie Sutton, em uma das suas mensagens, contou uma estória interessante a respeito da padronização da escrita. Ela adiquiriu o dinamarquês como segunda língua na região de Copenhague. Certa ocasião, ela foi visitar uma região da Dinamarca que fala um outro dialeto. Estando lá, Valerie teve dificuldade de entender o dialeto e passou a usar a escrita para se comunicar com uma senhora. Apesar de falerem diferentes dialetos do dinamarquês, a escrita era a mesma. Nesse sentido, o "padronizado" torna-se uma vantagem e parece estar associado com a escrita. A ASL tem uma longa caminhada em SignWriting e já dispõe de um dicionário bastante rico produzido pelo DAC em SignWriting. Mesmo assim, o sistema ainda é bastante flexível. No entanto, muitas pessoas estão usando SignWriting nos EUA e a tendência natural é de haver uma padronização. Algumas pessoas começaram a trocar arquivos em SignWriting e num futuro próximo teremos uma sala de discussão na Internet disponível para conversarmos usando o SignWriting. É claro que cada língua de sinais vai naturalmente desenvolver uma forma comum de escrever os sinais. Nesta sala, vamos ter a oportunidade de ler ASL, LIBRAS, bem como outras línguas de sinais. Obviamente, as pessoas precisam saber pelo menos uma língua de sinais e saber escrever tal língua usando o SignWriting. Na verdade, é o que acontece nas salas que existem agora, se eu sei escrever italiano eu entro numa sala e converso com pessoas que sabem italiano, mesmo estando no Brasil. ...and there is more.... Hope this information helps - -- Val ;-) ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Valerie Sutton Visit the SignWritingSite: https://www.SignWriting.org |
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